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Quer que eu desenhe?

Esta coleção de protótipos de papel foi exaustivamente linkada em diversos blogs nas últimas semanas. O texto The Paper Version Of The Web reúne protótipos de algumas interfaces famosas e outras nem tanto, ilustrando a tese de que tudo pode [ou deve?] começar no papel.

A razão desta popularidade reside no fato de que as pessoas tem enorme dificuldade em comunicar suas idéias e materializar estas idéias investindo o mínimo de tempo e recursos para comunicar a essência do que estão pensando, antes de poderem investir mais tempo no aprofundamento da idéia.

Um protótipo permite rascunhar rapidamente uma interface, planejando o mínimo e testando o mais prematuramente possível se a idéia funciona. Prototipar com antecedência e frequência é um hábito que só não é mais recorrente por falta de uma cultura de fazer protótipos.

Todo mundo reclama da falta de tempo, mas investe um tempo valioso para fazer protótipos detalhados com telas e mais telas muito cedo, quando ainda daria para rabiscar alguns papéis e reunir o máximo possível de gente para opinar a enriquecer a idéias antes de partir para um protótipo mais detalhado.

O desenho nem mesmo precisa ser bonito. Afinal, é um protótipo, e não a Monalisa. Claro que tem umas imagens de protótipos por aí que são muito feios, até mesmo em testes, quando já deveriam estar mais caprichados. Se já foram feitos vários rabiscos, não custa nada passar à limpo no papel mesmo e apresentar uma idéia mais detalhada.

Enfim, a função do protótipo de papel tem sido aos poucos melhor compreendida e estamos perdendo a vergonha de mostrar desenhos crus, acreditando que a colaboração coletiva fará de uma idéia crua uma idéia genial.

Nesta coleção de vídeos dá para ver como a Adaptive Path (por exemplo) trabalha com uso de papel e um mural para gerar e discutir idéias e alguns testes com protótipos de papel.

Por isso, a pergunta de ouro do Arquiteto de Informação deve ser:

“Deu para entender… ou quer que eu desenhe?”

.

SOBRE O AUTOR

Rafael Rez

Autor do livro “Marketing de Conteúdo: A Moeda do Século XXI”, publicado pela DVS Editora. Possui MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2013. Fundador da consultoria de marketing digital Web Estratégica, já atendeu mais de 1.000 clientes em 20 anos de carreira. Co-fundador da startup GoMarketing.cloud. Fundou seu primeiro negócio em 2002, de onde saiu no final de 2010. Foi sócio de outros negócios desde então, mantendo sempre como atividade principal a direção geral da Web Estratégica. Além de Empreendedor e Consultor, é Professor em diversas instituições: HSM Educação, ILADEC, Cambury, ESAMC,ALFA, ESPM, INSPER. Em 2016 fundou a Nova Escola de Marketing.

2 respostas

  1. eu acho que o uso do desenho é mesmo essencial, mas é preciso que ele venha acompanhado de muito discurso para que haja colaboração e compreensão. Quando o primeiro programador desenhou a estrutura de navegação local, global e colocou algumas estruturas num desenho pra mim, que sou jornalista, eu gostei, mas não sabia o que estava comprando. quando segundo chegou ficamos horas sentados eu desenhando no papel aquilo que pensava, mas ainda não sabia o que estava desenhando. quando terceiro chegou não vi desenho, mas havia comunicação, havia colaboração no sentido de compreender o que eu falava, mas faltou conceito daquilo que falavamos. quando fiquei sozinha descobri os arquitetos e o acesso á informação sobre conceito. agora tenho capacidade de pensar como arquiteto porque entendo a razão da navegação local, global, da estrutura e do sistema de rotulação, sistema de pesquisa. Ter conceito é mais importante que desenhos soltos com discurso incompleto pq permite ao outro pensar como arquiteto mesmo que não tenha técnica pra desenhar ou fazer wireframe, a gente entende que tudo tá ligado e cada estratégia, inclusive a comercial, precisa ser discutida com esse desenvolvedor/arquiteto antes de ir pro forno da programação. Mas profissionais liberais não estão disposto a ouvir tanta coisa (essa é minha sensação

  2. Oi Ceila!

    De fato tens toda razão! O conceito é mais importante que a estética do desenho, ou mesmo desenhos soltos que não se integram uns aos outros.

    É interessante notar quanta gente sempre fez isso sem ter a noção de quanta coisa poderia haver por trás de simples rabiscos.

    O que vejo de mais fantástico nisso é que é uma ferramenta para se criar coletivamente sem complexidade, sem firulas tecnológicas, sem precisar de grandes artefatos ou artifícios.

    Quando eu estava arquitetura (a de cimento, não a da informação) um professor meu sempre dizia: “Arquiteto não pensa sem lápis e papel”.

    Agora vejo o quanto isso é verdade!

    “Deu para entender… ou quer que eu desenhe?”

    [ ]’s,

    Wally

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