logo-rafael-rez

Chegamos ao fundo do poço na educação

O Brasil chegou ao fundo do poço em termos de educação. Enquanto o Presidente Lula é indicado como o homem mais influente do mundo (sem julgar o mérito da questão), a qualidade da nossa educação chegou a um nível alarmante. Fazemos pose para o mundo, mas a situação real é vergonhosa.

O Brasil pleitea a anos uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU e tenta se firmar como um dos países líderes no cenário mundial, mas parace se esquecer de que, para conseguir realmente ser mais do que um BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China – grupo de países de terceiro mundo com economias atrativas e integradas ao processo de globalização), terá de investir em educação básica de melhor qualidade.

O Chile, único país da América Latina com IDH de primeiro mundo, faz isso muito bem há pouco mais de uma década. Ao invés de investir em educação de altíssimo nível nas universidades, acessível a somente um pequeno grupo da população, o Chile concentrou seus investimentos na educação básica, garantindo a toda a população condições mais igualitárias de educação em leitura, escrita e interpretação de texto, matemática, história e outras disciplinas básicas e importantes. Isto não significa que tenha de se desmontar a Universidade Pública nem cortar suas verbas, temos dinheiro para fazer tudo, desde que ele seja bem gerido.

A Coréia investiu em educação de alto nível em período integral e despontou no cenário mundial como um país com altos índices de inovação e desenvolvimento tecnológico. Nem é preciso citar mais exemplos para mostrar o quanto a educação faz diferença.

O Brasil gasta 5% do PIB com educação e 10% com segurança pública. A conta só mostra que estamos errando feio. Se as crianças ficassem na escola em tempo integral, recebendo boa educação e ficando longe das mais diversas influências negativas, poderemos talvez em 2 décadas inverter estes números.

Não basta mais pensar em metas básicas como “toda criança na escola”. Não que não seja uma meta louvável, mas é pouco. Estamos indo mal como projeto de nação.

Outro dia fiz uma piada no Twitter: Tem currículo que até dói pra ler… O nível anda tão baixo que já tem escola de idiomas oferecendo curso de “Português para Brasileiros”.

Mas era para ser só uma piada. Não era para ser verdade:

Até mais ou menos a década de 90, as escolas de idiomas cumpriam um papel específico: ensinar um segundo idioma a quem deseja aprender. Sempre existiram escolas de bom nível e de nível ruim, com preços os mais diversos possíveis, mas eles tinham uma função social específica. O inglês como o idioma universal, poderia proporcionar melhores oportunidades de carreira àqueles que tivessem bom conhecimento ou domínio dele e o espanhol, que entrou na moda quando da fundação do Mercosul.

Até aí nada demais. Se existe demanda, alguém surgirá para suprir oferta. Claro que seria desejável que o ensino público pudesse prover o ensino de idiomas com qualidade, mas antes precisaríamos ter outras disciplinas já bem resolvidas, como no Chile.

No final da década de 90, algumas destas escolas (principalmente as menos especializadas) começaram a expandir o core business e ensinar informática, visto que seu público-alvo tinha deficiências também neste quesito. Aulas de Windows, Office, digitação, internet e outros assuntos minimamente necessários para um profissional de nível técnico ou universitário.

Agora, dada a incapacidade (ou falta de vontade política – mais provável) do poder público em resolver a pauta da educação, estas escolas agora vem “complementar” mais uma deficiência de formação presente em larga escala na população: o conhecimento do próprio idioma.

Do jeito que a coisa vai, em breve vamos privatizar todo o Ministério da Educação.

.

SOBRE O AUTOR

Rafael Rez

Autor do livro “Marketing de Conteúdo: A Moeda do Século XXI”, publicado pela DVS Editora. Possui MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2013. Fundador da consultoria de marketing digital Web Estratégica, já atendeu mais de 1.000 clientes em 20 anos de carreira. Co-fundador da startup GoMarketing.cloud. Fundou seu primeiro negócio em 2002, de onde saiu no final de 2010. Foi sócio de outros negócios desde então, mantendo sempre como atividade principal a direção geral da Web Estratégica. Além de Empreendedor e Consultor, é Professor em diversas instituições: HSM Educação, ILADEC, Cambury, ESAMC,ALFA, ESPM, INSPER. Em 2016 fundou a Nova Escola de Marketing.

Uma resposta

  1. O problema não é só no ensino público não. Apesar das escolas particulares terem um ensino melhor muitas tem professores desmotivados, seja pelo valor pago de salário ou por crianças que não tem o mínimo de respeito com os professores.

    Já ví muito professor dizer que dá aula somente em meio período e ganha o equivalente a meio período mas sabe o que acontece? Eles fazem planejamento de aulas, criam materiais tudo na outra parte do dia que teoricamente não estão recebendo nada.

    A um tempo coloquei um vídeo em meu blog muito bom falando um pouco sobre educação. É uma palestra no TED e quem quiser ver o endereço é http://depoisdas10.com/escolas-matam-a-criatividade/

    Abraço.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *