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Kindle: leitor de livros digital da Amazon

Amazon's KindleA Amazon está promovendo o lançamento de um novo produto que leva sua marca, o Kindle. O aparelhinho é um leitor digital de textos, que lê livros, jornais e outros textos em formato digital, concorrente do Sony Reader.

O dispositivo portátil modifica a forma como lidamos com informação em mídia impressa. O Kindle não é apenas um e-book, também possibilita comprar jornais, revistas e livros diretamente em sua tela, via wireless (nos EUA), sem ter de usar outro computador. E pasmem, ainda tem um agregador de RSS.

Muitos comentários surgiram em comunidades online dizendo que ainda é cedo para desembolsar US$ 399,00 pelo brinquedo, ainda mais porque a tecnologia ainda é incipiente, que estes dispositivos não tem muito mercado, não existem muitos livros disponíveis (a Amazon diz que são mais de 88 mil) e há disputas pelo formato dos arquivos.

Os futurologistas de plantão dizem que é o fim dos livros em papel (esse papo furado de novo…), outros que o Jeff Bezos quis se promover na capa da Newsweek (Book’s Aren’t Dead – november, 26, 2007). Quer saber? Certo ele!

O livro impresso não vai desaparecer, nem o prazer de folhar papel de verdade, sentir o cheiro de um livro ou aquele odor levemente nauseante de papel parado num sebo há muitos meses. Tenho comprado muitos livros de sebo via Estante Virtual por preços excelentes, alguns vieram com grifos de seus donos anteriores, carimbos e até autógrafos dos autores, o que conta a história precedente destes objetos, que para muitos ainda são o maior ícone para simbolizar o conhecimento na nossa sociedade.

Atualmente estou relendo Ansiedade da Infomação 2, do Richard Saul Wurman, logo no início do livro ele meio que “conta vantagem” atribuindo a si mesmo a invenção da notas laterais nas páginas, que complementam a leitura sem interromper a linearidade do capítulo. Um leitor digital como o Kindle entra por exemplo neste aspecto: o texto digital permite o uso de gráficos mais detalhados, que poderiam ser ampliados e explorados pelo leitor, que ganha com a exploração do livro.

Se o leitor de textos digitais permitir algum uso de hipertexto (não exatamente como um navegador de internet, mas pelo menos algum uso contextual de adendos), os escritores poderiam explorar de forma mais inteligente as notas de rodapé e pequenos textos complementares.

As próprias notas de rodapé não precisariam estar no rodapé ou indexadas numericamente no final do livro, (o que eu odeio em alguns livros, porque interrompe a leitura, ao invés de permitir que você leia o rodapé e continue no ritmo), poderiam estar clicáveis, abrindo um combo para você ler e depois continuar de onde parou.

O uso de marcadores de páginas nos livros digitais também evoluiu, como mostra o vídeo de demonstração do Kindle, pois você pode marcar onde parou. Não sei se isto pode ser feito por mais de uma pessoa no mesmo texto, mas seria outra característica útil.

Sem contar os grifos. Eu grifo a lápis meus livros, faço anotações nas laterais e digito depois algumas passagens mais relevantes, no livro digital poderia haver a funcionalidade de marcar, grifar e transcrever para um PenDrive já com a citação correta de página, autor, edição, editora, título, ISBN e por aí vai…

Tudo isso para dizer que a plataforma de leitura muda a forma de “usar” o livro, mas não muda a natureza do livro em si, nem sua importância na sociedade. Partidários da tecnologia ou não, estes e-book readers vão continuar a pipocar, e vão ficar mais baratos a cada ano.

A nova plataforma também abre novas oportunidades para os Arquitetos de Informação, que podem planejar livros mais interessantes, aproveitando os recursos que a nova plataforma oferece. A versão impressa tem toda informação que a digital tem, mas a forma de navegar pela informação é diferente. E cada um escolhe como quer ler, no papel tradicional, ou no papel digital.

SOBRE O AUTOR

Rafael Rez

Autor do livro “Marketing de Conteúdo: A Moeda do Século XXI”, publicado pela DVS Editora. Possui MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2013. Fundador da consultoria de marketing digital Web Estratégica, já atendeu mais de 1.000 clientes em 20 anos de carreira. Co-fundador da startup GoMarketing.cloud. Fundou seu primeiro negócio em 2002, de onde saiu no final de 2010. Foi sócio de outros negócios desde então, mantendo sempre como atividade principal a direção geral da Web Estratégica. Além de Empreendedor e Consultor, é Professor em diversas instituições: HSM Educação, ILADEC, Cambury, ESAMC,ALFA, ESPM, INSPER. Em 2016 fundou a Nova Escola de Marketing.

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